terça-feira, 29 de junho de 2010
Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão
MANIA DE EXPLICAÇÃO - Adriana Falcão
Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.
EXPLICAÇÃO: É uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
Ela achava o mundo do lado de fora um pouquinho complicado.
Se cada um simplificasse as coisas, o mundo poderia ser mais fácil, ela pensava.
Então tentava simplificar o mundo dentro da sua cabeça.
SIMPLIFICAR: É quando em vez de pensar em 4/8 a pessoa pensa logo em ½.
UM MEIO: Quando é escrita em números, sempre quer dizer "metade".
Mas quando é escrito em letras pode também querer dizer " um jeito".
Existem vários jeitos de entender o mundo.
Ela tentava explicar de um jeito que ele ficasse mais bonito.
Essa menina pensa que é filósofa, as pessoas falavam.
FILÓSOFO: É quem, em vez de ver televisão, prefere ficar pensando pensamentos.
De tanto que a menina explicava, as pessoas às vezes se irritavam, (IRRITAÇÃO: É um alarme de carro que dispara bem no meio do seu peito.) e terminavam indo embora, deixando a menina lá, explicando, sozinha.
SOLIDÃO: É uma ilha com saudades de barco.
SAUDADE: É quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
LEMBRANÇA: É quando, mesmo sem autorização, o seu pensamento reapresenta um capítulo.
AUTORIZAÇÃO: É quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
POUCO: É menos da metade.
MUITO: É quando os dedos da mão não são suficientes.
DESESPERO: São dez milhões de fogareiros acesos dentro da sua cabeça.
ANGÚSTIA : É um nó muito apertado bem no meio do seu sossego.
PREOCUPAÇÃO: É uma cola que não deixa ainda, o que aconteceu sair do seu pensamento.
AINDA: É quando a vontade está no meio do caminho.
VONTADE: É um desejo que cisma que você é a casa dele.
CISMAR: É quando o desejo quer aquilo apesar de tudo.
APESAR: É uma dificuldade que não é grande o suficiente.
DIFICULDADE: É a parte que vem antes do sucesso.
SUCESSO: É quando você faz o que sabe fazer só que todo mundo percebe.
ANTES: É uma lagarta que ainda não virou borboleta.
INDECISÃO: È quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
CERTEZA: É quando a idéia cansa de procurar e pára.
INTUIÇÃO: É quando o seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
PRESSENTIMENTO: É quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
VAIDADE: É um espelho em todos os lugares ao mesmo tempo.
VERGONHA: É um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
INDIFERENÇA: É quando os minutos não se interessam por nada especialmente
INTERESSE: É um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
SENTIMENTO: É a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
RAIVA: É quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
TRISTEZA: É uma mão gigante que aperta o seu coração.
ALEGRIA: É um bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro.
FELICIDADE : É um agora que não tem pressa nenhuma.
AMIZADE: É quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
DECEPÇÃO: É quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
DESILUSÃO: É quando anoitece em você contra a vontade do dia.
CULPA: É quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente não podia.
PERDÃO: É quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
EXEMPLO: É quando a explicação não vai direto ao assunto.
DESCULPA: É uma frase que pretende ser um beijo.
BEIJO: É um carimbo que serve pra mostrar que a gente gosta daquilo.
GOSTAR: É quando acontece uma festa de aniversário no seu peito.
AMOR: É um gostar que não diminui de um aniversário para o outro.
Não Amor é um exagero...
Também não, É um desadoro...
Um batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não fizesse sentido,
Talvez porque não houvesse explicação,
Esse negócio de amor
Ela não sabia explicar,
a menina.
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Agora tudo parece mais calmo...
Dessa vez, foi uma coisa assim... bem sutil e quase imperceptível que me mostrou novas possibilidades...
Me vi diante de uma situação na qual sempre achava que tinha que fazer algo... e dessa vez, naturalmente... não fiz... não falei nada... e me senti tão bem dentro de mim... com tanta calma que, de repente, percebi me observando livre de algo... vi o exato momento em que não reagi só por reagir, e a seguir percebi a liberdade em que me encontrava naquele espaço interior de calma e observação silenciosa...Percebi que reagia àquela situação inúmeras vezes porque de alguma forma me sentia devedora... e sempre achava que tinha que fazer alguma coisa.
Agora... quieta e silenciosa, podia desfrutar da liberdade de não "ter que"...
E foi tão especial aquele momento onde me vi em um estado de consciência de não-reação... sem me sentir devedora de nada, que a liberdade me envolveu com suavidade e, a partir daí, algo mudou profundamente dentro de mim...
Parece que as memórias nos fazem sempre reagir por nos sentirmos devedores... culpados... vítimas... e a maior parte do tempo estamos agindo compulsivamente, sempre fazendo alguma coisa... ou falando alguma coisa... só para colocar palavras e atos o tempo todo em todas as situações.
Já notaram como sempre estamos falando quando estamos com alguém, quase como se o silêncio fosse algo absurdo?
Agora tudo parece mais calmo e consigo perceber que posso ficar quieta diante de uma situação sem ter que estar o tempo todo "fazendo" alguma coisa... falando alguma coisa... e tenho percebido como é bom fluir com o silêncio...
E foi com surpresa e alegria que me percebi assim... e credito isso muito, à minha prática do Ho'oponopono que tem me encantado cada vez mais...
Vamos limpando... limpando... até que um dia percebemos as mudanças nítidas e reais acontecendo dentro de nós.
A cada aparente "problema", que hoje sei é muito mais oportunidade... seja o que for... um sonho... um pensamento triste... uma doença... quando entendemos que tudo vem de memórias equivocadas e que temos nas mão ferramentas para liberá-las, estamos criando uma realidade mais leve para todos... uma realidade onde podemos exercer nossa verdadeira natureza com liberdade...
Rubia A. Dantés
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Mário Quintana
A idade de ser feliz!
Oscar Wilde
"O amor é quando começamos por nos enganar a nós próprios e acabamos por enganar a outra pessoa."
"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."
"Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo."
"O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos."
"É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são encantadoras ou são aborrecidas."
"As boas intenções têm sido a ruína do mundo. As únicas pessoas que realizaram qualquer coisa foram as que não tiveram intenção alguma."
"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
quarta-feira, 23 de junho de 2010
MACHADO DE ASSIS

A raposa seguia acompanhada de um bode, seu amigo, de belos chifres longos e retorcidos, porém de curta inteligencia. Ficaram com sede e isso os obrigou a descer um poço, onde beberam à vontade. Satisfeitos ambos, disse a raposa ao bode: " E agora, compadre? Beber não foi difícil, a dificuldade será como sair daqui. Levante suas patas e tambem seus chifres e, desta maneira, chegarei a boca do poço. Uma vez lá em cima, eu o puxarei."
"Por minhas barbas!" - Exclamou o bode. "Parabens! A mim jamais me ocorreria tão feliz idéia."
A raposa saiu do poço e deixou seu camarada. Deu-lhe ainda um sermão, para que se conformasse.
"Se DEUS tivesse lhe dado mais miolos, você não entraria no poço sem pensar antes como poderia sair. Então, adeus! Eu já estou fora, agora, saia você como puder, porque tenho compromisso e nao posso me deter."
==> EM TODAS AS COISAS, TEM DE SE PENSAR MAIS EM COMO SAIR DO QUE EM COMO ENTRAR.<==